Eu tinha decidido que não ia mais escrever aqui, afinal, são simples palavras jogadas ao acaso. E o que o acaso tem de prático? Nada! Ver a vida com olhos românticos é ver a vida com alma de criança. A riqueza da criança é o amor. A riqueza do adulto, dinheiro.
Mas que me importa isso? Depende...
Depende se você for criança... Uma criança adoraria discutir horas sobre o que é amor. Sorriria quando você dissesse que a ama. Ficaria triste se dissesse que nunca foi capaz. Tente dizer a uma criança que amar é tolice!
E fale de amor com um adulto... Adultos não lembram o que é amor. Não encontram amor nas estatísticas. Confunde com sexo, e suspiram, mas não um suspiro apaixonado. Diga de repente a um adulto que o ama... Provavelmente verá um risinho de deboche em seu rosto, e percebera que seu coração brilhará fraquinho querendo amar. O coração sempre quer amar... Mas o adulto... haaaa, o adulto... Esse lhe mandará logo arrumar um emprego.
É pensamento universal que o que separa a criança do adulto é a idade. Não, não estou falando do humano grande, nem do filhote de humano. Ser criança é ser todo alma e coração. Ser adulto é deixar de ver o mundo em cores, e só enxergar em preto e branco. Tons de cinza... E ocasionalmente, vermelho sangue...
Eu não sou mais um filhote. Isso não quer dizer que meu mundo esteja cinza. Às vezes, e mais frequentemente agora, ele perde o brilho. Mas pra isso tenho o remédio ideal:
“O Pequeno Príncipe”!
Se a revolta de criança, que todos que me conhecem sabem que tenho, dá lugar ao desânimo e a tristeza, típico dos adultos, basta que eu leia esse livro, e em meio a raposas, acendedores de lampiões, flores e vulcões, a cor retorna e meu mundo entra em foco.
Há um tempo, eu não sabia se já era hora de crescer... Nunca é hora de crescer. Aos 9 anos prometi pra mim mesmo que nunca ia esquecer o que era ser criança. Eu me disse (?) que se eu estivesse esquecendo, era só olhar a pessoa mais criança que estivesse comigo, ela me ensinaria quem eu era.
E ensina.
Agora chega, já deu por hoje... É hora de aproveitar ser criança...