segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Conto: Tolo

_ Você pode ver? – gritou enquanto apontava para o céu pobre de estrelas. - Você vê como elas iluminam? São belas sim, são belas, mas não se importam. Elas revelam sua beleza para qualquer homem que olhar pra cima à noite. E não se importam que nos apaixonemos por elas, mas nunca possamos tocá-las.

_ Você vê esse rio? – sussurrou enquanto apontava para a forte correnteza que gritava a sua frente. – Ouve o canto que te chama para mergulhar nessas águas? Sente a brisa que toca sua pele? Veja, veja! O luar! A lua se esconde em meio a essas ondas... Você quer tocá-la, não quer? Quer mergulhar e tomá-la nos braços. Mas você não sabe nadar! Seria culpa do rio se você se afogasse? Ou seria culpa sua, por entrar numa correnteza que sabia ser perigosa?

_ Tu vê aquela rocha? Aquela negra, que repousa no leito do rio? – Disse apontando a pedra que se distanciava da margem a distancia de três passos de um homem adulto. – Aquela é uma cadeira de sereias, é sim! Lá se senta a perdição dos homens... A sua perdição, porém, não é a sereia. É a pedra. Você, que coloca sua sereia sobre ela, e contempla sua beleza por todas as longas Eras. Quer ouvir sua voz, tão suave seu canto. Talvez com a brisa gelada do rio, possa sentir seu cheiro por além do véu da saudade. Mas, se fechar os olhos, e seu barco se despedaçar na rocha, será culpa dela, ou sua? Não foi você que acreditou que havia magia em uma simples rocha?

_ Você consegue enxergar agora, meu Coração? – Suspirou, sentando na grama úmida pelo orvalho, com a mão sobre o lado esquerdo do peito. – Você pode ver como são simples as coisas que você enfeita? Como são mentirosas as suas verdades? Como é cruel o mundo para os homens que deixam seus Corações falarem mais alto? Mas você acredita em destino, querido Coração. Você acredita no amor, mas você não mais é jovem. Queria eu insultá-lo: Inexperiente, covarde! – mas não posso, pois isso não és. És tolo, talvez, mas não covarde.

Deitou-se, com as mãos sob a cabeça, olhando para o céu. Nuvens de chuva foram trazidas pelo vento, e cobriam todo o firmamento até onde sua vista alcançava. – Olhe meu querido. As estrelas se cobrem, tímidas. Agora apenas seus amantes podem vê-las. Elas se apiedaram de nós, se esconderam, mas eu já sinto falta. Olhe, meu querido, elas também sentem nossa falta. Elas choram...

Impassível e indiferente, a chuva caia em lufadas. “Lavar toda a Terra, um pedacinho de cada vez” era a única coisa que ela dizia, com sua voz de trovão. Sabia, pois algum dia talvez tenha sido um deles, que devia haver sobre o verde algum romântico deitado, sonhando e flagelando o próprio coração. Mas não pensava nisso, afinal estava tão perto de suas amantes, as estrelas. Elas sorriam pra ele, dançavam, e piscavam sem descanso. Logo, elas o amavam, certo?

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Contos: Escolhas

Sentado, abraçado com minhas pernas, ergo os olhos e vislumbro o horizonte, no brilho do sol nascente. Nuvens negras pairam sobre mim e o sol nasce pálido, sem esperança, mas sempre firme.

Olho a água, que se estende para além de minha visão, até o infinito. Alegria e tristeza minha, calmaria do oceano. Toca a praia com seus dedos de prata, e com sua espuma desenha seus desejos na areia imóvel. Com meus dedos, escrevo poesias.

O vento sopra forte, acaricia meu corpo, e me traz a brisa fria e salgada do mar. A maresia se mistura com uma lágrima que teima em riscar meu rosto já cansado.

Olho pra cima. As nuvens cobrem o sol, e já sinto saudade de casa. O horizonte não parece tão lindo agora que ouço as vozes que me chamam.

Mas não desvio o olhar. Não até ver o que espero brotar da água salgada, mesmo que não saiba o que é. Levanto-me, e já sinto dificuldade em ficar ereto. Molho os pés na água, e meu ânimo retorna. Distancio-me da margem apenas o suficiente para contemplar a imensidão do azul. Um raio de sol rompe as nuvens sobre mim, e sinto uma mão no meu ombro. Fecho os olhos: _Você não é real, não quero sair – eu digo num sussurro. A presença se vai e me deixa sozinho novamente.

Sento-me, olho pro mar. As ondas aumentam e diminuem ao sabor do vento. Saco do bolso um caderno surrado, mas não encontro caneta. Volto a escrever na areia com um sorriso conformado, enquanto o vento apaga minhas palavras mais antigas. O vento apaga minhas memórias, e nenhuma marca deixo na areia e no oceano. Exceto por uma ou duas gotas salgadas como o mar que o sol se encarrega de secar.

Tomas Antônio Ferreira

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Pseudônimos: Diálogo

Bateu o copo na mesa com mais força do que deveria, enquanto fechava os olhos:

_ Amor? Já beira a obsessão, o vício! Beira a insanidade. Mas sim, há amor... Se não houvesse, já teria enlouquecido.

_ Pode ir parando. Que drama, nada pode ser tão forte assim. Não na vida real!

_ Tsc... Saberia, se estivesse na minha pele. Mas tens sorte de não estar, e eu também tenho. Eu não reclamo nem troco isso por nada. Se minha historia tem que ser de desesperos e alucinações ela é a felicidade que se esconde nas entrelinhas. Ora, tenho que aproveitar antes que a página vire.

_ Cara... Nada assim pode começar de uma hora pra outra.

_ Bom, se eu e você acreditássemos em destino, diria que ela é o meu. Diria que não começou de uma hora pra outra, eu já nasci esperando alguém, e era ela. Diria que tudo o que passei foi para aprender a apreciar seus defeitos e qualidades. Se pensássemos em Deus assim, diria que Ele a criou para eu parar de dizer “amor” em vão.

_ E quantas vezes você disse isso a ela?

_ Nenhuma. Não com essas palavras. Não com palavras, melhor dizendo.

_ E por que não? Se sente isso, se pensa isso... Você tem que dizer! Antes que... Sei lá... Antes que perca a oportunidade.

_ É, eu sei... Mas se eu disser... Primeiro que perto dela perco grande parte do meu poder de raciocínio. Nunca conseguiria me lembrar dessas palavras. Mas o maior motivo... Palavras podem mentir... Palavras mentem. Como eu provaria que estou dizendo a verdade? Como poderia fazê-la confiar em mim? Ela tem que saber que minha vida é dela, sem eu dizer nada.

_ E como fará isso?

_ Não farei. O tempo fará, ou não... Só posso esperar e torcer para que seja visto em meus olhos o que não digo.

_ Bom, não vou te dar conselhos, nem dizer como deves agir, mas acho que isso é loucura. Em seu lugar diria tudo o que sinto e deixava rolar, para ver o que acontece.

_ Meu amigo, se estivesse em meu lugar, já estaria doido.

Levantou-se, perdendo um pouco o equilíbrio. Bebi demais – pensou. Com um leve tapa no ombro, despediu-se do amigo, deixando sobre a mesa do bar uma nota de 10 reais que pagaria parte das cervejas e saiu para o ar quente da noite.

Meteu as mãos no bolso e foi para casa, louco por um banho, torcendo para não ter dito baboseiras demais.



Tomas Antonio Ferreira

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Pseudônimos: Um Andar Solitário Entre a Gente...

Às vezes o temor que a gente sente não pode ser libertado da maneira normal, pensou ele, enquanto se recostava na proteção da ponte, olhando o pequeno riacho caudaloso que passava em baixo. A sua volta a vida seguia seu ciclo normal, e milhares de pessoas moviam-se ordenadamente rumo ao tão incerto e tão comum. Sabia, e tinha plena certeza disso, que não pertencia aquele exército. Não era arrogante o suficiente pra se sentir especial, apenas se sentia diferente. Já não devia chorar, então ria com nervoso e tentava imaginar onde a vida iria parar. O fim lhe parecia deliciosamente tentador, mas assumir isso era assumir que desistira, e ainda não completara ali o que achava que tinha que fazer.

De qualquer maneira estava sozinho. Sozinho, como se estivesse vivo há séculos e fosse o último da sua espécie. Como se tudo o que conhecesse tivesse esfarelado em frente aos seus olhos. Que seu sonho jamais houvesse existido.

E não existiu.

E assim, ele sorriu. Meio nervoso, meio feliz, meio preocupado. Sabia quem era e o que queria. Contou com uma ajuda especial pra isso, é claro, mas não se preocupava mais em fazer as pessoas verem quem era. Sabia o que queria, isso bastava. Mas é claro, não contava a ninguém. Ora, estava em seus olhos, em sua voz... Se você não vê o que eu sinto, não merece mesmo saber – costumava dizer.

E hoje, assumira, estava viciado. Não, não podia dizer amor (as pessoas se assustam com essa palavra), e não era só paixão. Como uma droga, seus momentos de abstinência eram longos demais. Quando a tinha, o tempo (esse safado) passava rápido; horas em instantes...

Assim sendo, sobrevivia pela vida, apenas com a esperança do próximo encontro. Era meio doentio e enlouquecedor, ele sabia, mas qualquer risco de enlouquecer era válido pelo simples fato de poder tocá-la ou vê-la sorrir. E se esse sorriso fosse causado por ele! Haa, seu próprio sorriso estava ganho.

Temeu, por um tempo, que esse seu vício (porque amor é uma palavra que assusta) pudesse causar qualquer tipo de mal àquela a quem ele queria ver sorrir. Não causaria...

A felicidade dela era seu único objetivo, e mesmo que causasse mal pra ele (e ele sabia, uma hora causaria) jamais pediria nada, jamais diria nada que magoasse ou chateasse, e caso se sentisse mal, não mais deixaria ela saber.

Abria mão se sua liberdade, pois sua felicidade era apenas vê-la feliz. Sobreviveria ao seu lado até mesmo quando sua ilusão acabasse (afinal, todos precisam de amigos fiéis). Não se sentia mal por isso, mesmo que ao mundo parecesse tolice. Simplesmente não se importava.

A única coisa que ainda lhe chateava era saber que nunca poderia dizer de novo: _Eu te amo (isso porque amor pode assustar muito as pessoas).

O celular tocou inconvenientemente, perguntando por que ainda não estava no escritório. Por que estava sonhando, ele pensou, mas isso não é uma coisa que as pessoas entendam.


Tomas Antônio Ferreira

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Pseudônimos: Provas de existência

Com aquele familiar nó na garganta, sentou-se de pernas cruzadas sobre a cama, com um pequeno caderno do colo. Já passara da meia noite, teria que acordar cedo no outro dia, mas o sono lhe fugia. Sabia que só dormiria se desabafasse o que sentia, e sabia também que não conseguiria conversar com ninguém. Além do mais, quem haveria pra ele conversar? Eram coisas do coração, coisas inconfessáveis para qualquer um. Havia algumas pessoas que talvez se importassem, mas não podia contar com elas... A mãe o sufocaria, e os amigos mais confiáveis provavelmente não o entenderiam. Ora, se ele mesmo não entendia, como esperaria isso de alguém?


Por isso confiava e mantinha aquele pequeno caderno... Algumas folhas, já amarelas pelo tempo, estavam escritas com a caligrafia incerta e tremida que tinha na infância... A primeira data era de 1999, quando tinha apenas oito anos... Desde aquela época guardava aquele pote de segredos com a vida. Ao folhear, viu algumas folhas marcadas com lágrimas, e se lembrava com exatidão o sentimento daqueles momentos que o fizera escrever. Eram em grande parte, versos simples e narrações fictícias... Era mais fácil encarar a realidade com ficção.


Sabia que aquele caderno lhe fazia mal. O fazia reviver seus piores momentos, porque só nos piores o procurava... Mas, mais do que isso, era um diário de suas desgraças e o protegia de sentimentos desnecessários. Não de todo, mas o deixava prevenido de que o pior pode sempre acontecer. E sempre acontecia.


Deitado de bruços, pegou a caneta promocional que morava embaixo de sua cama e começou a escrever. Não se preocupou com o que escrevia, e apenas foi jogando com força as palavras que se desenhavam em sua mente. Essa era sua habilidade, escrevia com o coração... Confessava à tinta o que não confessava a si mesmo. Mais do que isso, era sua alma que estava sendo passada a limpo. Seus medos e horrores era absorvidos pelo papel e clareavam sua mente, não o fazendo pensar melhor, mas sim o absolvendo de ter que pensar.


Sentia a caneta em seus dedos, e a ouvia voar pelo papel na noite silenciosa. Às vezes fechava os olhos e as palavras escorregavam um pouco para baixo da linha, mas não havia problema, não era destinado a ninguém.


“(...) e o horror do infinito que se finda,

e a esperança, essa doentia, que não nos abandona.”


Encerrou e ficou olhando para o papel. Tinha escrito frente e verso de uma página; frases soltas e afirmações confusas sobre paixões antigas, saudades, solidão e ódio...


Tinha uma beleza melancólica, e por um instante ficou triste por saber que nunca ninguém leria. Mas era o certo, e o momento de destruir a prova de sua existência se aproximava. Nunca se imaginou guardar aquele caderno pra sempre, e o que ele impôs já estava acontecendo. Logo seria o momento para abandonar de vez esse seu lado deveras emocional e tornar-se a pessoa fria e desinteressada que jurara que nunca seria.

Mas era a evolução natural, ou se adapta ao que vive, ou mata-se para se juntar ao infinito...


Estava um tanto cansado, sim, mas não apressaria sua hora. Ao menos não essa noite.


Adormeceu, e sonhou com o paraíso... Verde e acolhedor...

sábado, 3 de outubro de 2009

Aí sim


Aí sim, as flores desabrocham nos rostos,

e um beijo revela os sonhos,

Duas almas, um só corpo, entrelaçado...

Uma só alma, dois corpos, abraçados...


Nada é contra ou a favor,

o vento e as feras da alma se recolhem,

e apenas os desejos e a paixão se cruzam...

O proibido é apenas o começo.


É tão normal, óbvio e completo...

Tão certo e palpável como a alva cor da rosa,

vermelha...

Vermelho sangue.


O destino ignora, e a distância aproxima.

O cheiro de suor impregna, acende...

e as mãos se movem, em busca de prazer,

os olhos se fecham, e a mente se abre.


Então um toque, e o suspiro...

o corpo estreme, estremece o espírito,

e os dois se completam,

a alma, a mente, o corpo – unidos.


Aí sim, a respiração para,

e já não sabem se ainda vivem,

nem qual corpo é o seu...

Apenas sentem a paixão – com todos os sentidos.


O momento passa, e os corpos se separam,

mas não as almas, as almas nunca morrem.

Aí sim, cabelos e sonhos são afagados...

O momento não passa,

e o tempo tudo engole...


Aí sim, é tempo de lembrar!

Aí sim, o tempo que não volta...

Aí sim, a paixão os questionam:

_ Alimente-me ou deixe-me morta...

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Pseudônimos - Loucura, Memórias

"Estava deitado há mais ou menos meia hora, mas se não fosse o relógio fracamente iluminado pela televisão muda, ele diria que estava ali há horas a fio...


Recitava para si mesmo as listas de afazeres do outro dia, tentado encontrar o sono, que o levaria pra longe da loucura que vivia. Mas não importava o quanto enveredava por assuntos burocráticos, seu pensamento sempre voltava para o que ele devia esquecer.


O que mais o incomodava era saber que esqueceria. E esqueceria mais fácil do que queria que fosse. Ele queria, no fundo (fundo o bastante para ele jamais confessar em voz alta), que não esquecesse. Que por fim enlouquecesse e desse motivo para suas razões. Talvez, se fosse constantemente atormentado, ele resolvesse lutar de novo. Nunca se importou com seu orgulho, e nunca achou ruim se rebaixar um pouco quando coisas do coração estão em jogo.


Mas daquela vez não. Ele não podia se dar ao luxo de repetir o mesmo erro três vezes. Nem mesmo ele era tão tolo assim, e mesmo que doesse confessar, o caminho de seu destino era paralelo ao dela, e nunca se encontrariam, apenas veriam o caminho um do outro de longe, sem nunca se entrelaçar. Continuar sonhando depois de acordar e descobrir que era um sonho, era doloroso demais pra ele.


Sabia que não dormiria àquela hora, e ficar deitado na semi escuridão tornava seus fantasmas mais assustadores; resolveu tomar outro banho, rezando para que a água quente levasse o que ele não conseguia esquecer.


No banheiro, mirou seu rosto no espelho e assustou ao ver-se sorrindo. Sorriso triste, o qual os olhos vermelhos não acompanhavam, e que o teria deixado com medo se fosse uma terceira pessoa. O cabelo, com resquícios de gel estava desgrenhado, amassado pelo travesseiro e pela mania de ficar mexendo nele com as mãos. A barba, toscamente recortada estava perdendo a forma novamente, mas não se animava em fazê-la agora. Olhou suas mãos, desacostumadas com trabalho duro, lisas e sem calos, típicas de quem trabalha em escritório. Ele, como ninguém, sabia que essas mãos quando pequeninas, tinham feito mais trabalho pesado que muita gente jamais vai fazer na vida.


Olhou mais uma vez no espelho, odiando o que via. Feio, desengonçado, esquisito. Seu sorriso triste já se tornava uma mascara de ódio. Odiava a si mesmo, por que era incapaz de odiar o que o cercava. Daria um braço pra dispor de um pouco de desprezo e arrogância. Daria uma perna para nunca mais sentir compaixão, simpatia, e principalmente amor por alguém. Deixar esse mundo mesquinho era sua missão. Haa, se houvesse nele a coragem necessária para acabar com a própria existência. Não havia em vida uma forma de mudar o que era, e era um poço tudo o que faz um homem sofrer.


Sentiu a boca amarga e começou a esmurrar a parede, para ao mesmo tempo, descarregar a raiva e machucar a si mesmo, para provar como era fraco. No terceiro murro, seu estomago girou, e caindo de joelhos vomitou dentro do vaso uma substancia verde amarelada, que achava que era produzida no fígado. Nada mais havia para vomitar, já que nada tinha comido. No chão, limpando a boca, sentiu-se calmo de novo, mas agora, mais apavorado que antes. Respirava rápido, e usava toda a força de vontade que tinha para manter dentro do olho uma lágrima que teimava em sair. Enxaguou rapidamente a boca na torneira, despiu-se e sentou embaixo do chuveiro, recostado na parede fria, deixando que a água quente se misturasse com meia dúzia de lágrimas que lhe escaparam. Chorava em silencio, mesmo que ninguém pudesse vê-lo ou ouvi-lo. O mínimo de honra que lhe restava pedia discrição, mesmo que ele quisesse arrancar o box e jogá-lo contra o espelho. Ficou ali por alguns minutos, o bastante para acalmá-lo e torná-lo de novo a criatura pacífica e inofensiva que era (ou acreditava ser). Levantou-se, fechando o chuveiro e puxando a descarga. Saiu do banheiro vestindo o roupão, foi até a geladeira e tomou um gole de leite de soja diretamente na caixa. O que não daria para ter cerveja ou algum destilado em casa.


Exausto, foi para a cama, e se envolveu na terrível escuridão que já o assolava. Adormecendo, percebeu que ventava lá fora. Pensou ouvir uma risada familiar e arrepiou-se. Será que nem em sonhos, essas lembranças deixariam de atormentá-lo?"


Tomás Antonio Ferreira




Finalmente, Tomás Antonio Ferreira está de volta. E dessa vez, sua inspiração está maior do que jamais esteve.

Não que isso seja uma coisa boa. Porque definitivamente, não é...

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

De repente: Ciúmes!

O que o dicionário diz sobre o ciúme?


ciúme

s. m.

  1. Receio ou despeito de certos afetos alheios não serem exclusivamente para nós.
  2. Inveja.
  3. Receio.


Tenho certeza absoluta que o responsável por essa definição não estava “enciumado” no momento que escreveu. Se estive mordido, ficaria mais ou menos assim:


ciúme

fdp.

  1. Receio se a vagabunda que eu amo ta me metendo um par de chifres com o maldito do vizinho.
  2. Vou matar ele.
  3. Não, vou matar ela.
  4. VOU ME MATAR.

Bom, piadinhas infames a parte, como o ciúme pode interferir em nossos relacionamentos?


Em qualquer relacionamento ele tem um papel importante e muitas vezes, irritante. E pode ser qualquer tipo de relacionamento, entre os pais, ciúmes dos irmãos, dos amigos, e até do seu cachorro. Mas agora o que me interessa é o ciúme que vem com a paixão carnal!


Eu sou ciumento. Muito. Tipo, muito mesmo.


Primeiro a raiva!!! Não dura muito, em uns três minutos já se tornou tristeza. Depois, insegurança. Aquele questionamento íntimo de: Será que sou melhor que possíveis rivais? Se a situação for muito intensa, já começa a suar.


E é nesse momento que separamos homens de meninos. Todo mundo que sente ciúme passa por coisas assim. Se você só se incomoda um pouquinho, não é ciúme, é frescura.


Mas como as pessoas agem depois disso? Algumas se encolhem e questionam suas qualidades por um tempo. Algumas relevam com facilidade e esquecem. Alguns, como eu, tentam pensar em outras coisas para que o ciúme não se torne desnecessariamente prejudicial, por vezes deixando escondido. Mas o tipo mais interessante de ciúme é o alucinado, irracional, violento. Que faz dois amigos saírem na mão, duas amigas se descabelarem e, na pior das hipóteses, faz o cara sentar o braço na amada ou a garota tocar fogo nas cuecas e colocar sal na cerveja do amado (isso é mesmo horrível).


Mas não desanime! Ciúmes têm, claro, seu lado positivo. Ele impede a sensação de amor definitivamente conquistado! Faz com que o amor e o sexo sejam mais fortes e intensos. Isso é claro, só acontece em doses pequenas e manejáveis.


Mas quando é exagerado... BUUMM! Pode acabar com a vida de uma pessoa. E foi muito usado na literatura.


Em “Otelo”, de William Shakespeare, que eternizou a frase: “ciúme é um monstro de olhos verdes”, Otelo mata sua mulher por causa do ciúme.

Em “Dom Casmurro” de Machado de Assis, Bentinho morre sem saber se Capitu o traiu com o amigo, Escobar.


Noventa e nove por cento das situações que nos causam ciúmes é ridícula, e não merece atenção. O jeito é não fazer a besteira de agir com a cabeça quente, pois é muito provável que nada do que essa sua cabecinha doente pensou aconteceu realmente.


A menos que tenha acontecido, e você foi traído. Mas isso já é outra história...

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Apenas mais um sonho...

Hoje acordei com vontade de escrever, e ao abrir os olhos, frases desconexas e sem sentidos começaram a sair da minha boca:


- O sonho é o maior prazer do sonhador. O despertar é como a morte prematura de seu mundo particular.


- Se um dia eu tiver que ser punido por algo que fiz, que não seja por amar demais.


- Se a loucura é a fuga da realidade, pra onde fugirei da loucura?


Isso me preocupa.


Hoje, ao andar até o trabalho, ouvi músicas. As letras e as melodias cantavam de dentro pra fora, e a poesia passou a fazer sentido.



Isso também me preocupa.


E essa noite eu sonhei. Havia guerra e sangue. Eu sentia ódio, e meu coração queimava. Alguém tinha roubado o que eu tinha de mais precioso. Eu ainda posso ver rostos nunca vistos, rindo e zombando da minha dor.


Mas era um sonho.


O que eu havia perdido, voltou. E eu amei, até na hora de despertar. Feliz, completo. Acordei em lágrimas, com uma complexa mistura de dor e alegria. Levei alguns minutos pra perceber que voltara a realidade.


E agora vou passar o dia na minha vida normal e simplória. Aqui, onde fica a engrenagem do mundo, onde dinheiro é batalhado, e homens frios são criados. Agora é hora de engolir as emoções e sentimentos, e deixar o cérebro e os braços trabalharem.


Deus sabe o que lutei pra suprimir minha personalidade pelo meu próprio bem. Demorei pra ver que o que me faz mal é tentar ser diferente.


Ora, amaldiçôo essa COVARDIA passada. O futuro tento ignorar. Imaginar o que me espera, e o que o futuro vai tirar de mim, é como esquecer como se respira. Então, pra que pensar?


Dizer que apenas o presente merece atenção é tolice, mas é AGORA que eu vivo, o amanhã temido ou desejado pode jamais acontecer, ter esperanças vazias é inútil.


Mas me permito sonhar, pois em essência é o que sou; resultado de sonhos. E se acho que vou enlouquecer, tenho ótimas lembranças pra que trazerem de volta. Por mais fácil que pareça então morrer, preciso continuar vivendo, para que as lembranças não morram comigo.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Hori - Segredos

Gostei dessa música, que começou a tocar por acaso aqui na rádio! A letra também é muito legalzinha...





Hori - Segredos

Agora eu sei por que tudo acabou

Eu sei fui eu que errei de nada adiantou
fugir pra longe de mim.

Agora eu sei que nada vai fazer
voltar o tempo que nós 2
sorrimos sem pensar
e eu que pensei
nunca ter um fim.

Você pode até tentar
fugir , mas pra sempre
vai estar aqui,
no meu coração
Você pode até tentar
fugir , mas pra sempre
vai estar aqui,
no meu coração

Eu sei vc mostrou
o que eu não pude
ver e agora é tão dificil
tentar te esquecer e eu
eu tento entender

Agora eu sei que posso te fazer pensar
dizendo coisas que você gostava de escutar
e eu, que pensei
Nunca ter um fim.

Você pode até tentar
fugir , mas pra sempre
vai estar aqui
no meu coração
Você pode até tentar
fugir , mas pra sempre
vai estar aqui
no meu coração

E é você que me faz ter forças
pra viver
e não há mais ninguém capaz
de entender o que eu sinto por
você
vai além do que se pode ver

Você pode até tentar
fugir , mas pra sempre
vai estar aqui
no meu coração

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Sábado... Rick e Renner!


A propósito, sábado fui pra Promicity, na Festa de Peão! Show do Rick e Renner, Kamikaze, Crazy Dance, camarim e camarote, tudo patrocinado pela Regência FM (Haaa, como eu adoro trabalhar aqui!).


Olha só a fotinha com a negada!




Engraçado, está tão fácil sorrir ultimamente. Nunca imaginei que seria tão mais fácil se eu finalmente gostasse de mim. É tão bom me ver livre daquela sombra esquisita que sempre ficava me dizendo que tinha feito coisa errada, que tinha tomado um caminho ruim, que estava fazendo mal pra alguém, que não era bom o suficiente.


É fato, não mudei. Continuo o mesmo tolo, romântico, sonhador e esquisito que sempre fui. Só aprendi que é idiotice querer ser diferente. Ora, eu gosto do jeito que sou. E realmente, tenho pena de quem não sabe ser tolo, quem não sabe sonhar e de quem é perturbadoramente normal demais!

Sexta-feira...

Pouca inspiração e muita dor de cabeça... Isso realmente atrapalha escrever, mas esse fim de semana foi singular demais pra passar em branco.


Na sexta, pra variar, o quinteto saiu junto e completo (Eu, Thiago, Rafiz, Lívia e Dog). Também pra variar, compramos uma bebida de alto teor alcoólico e paramos pra beber num lugar pouco ortodoxo... Ficamos até tantas da madruga, perdidos entre conversas sobre sexo e futebol com coco (sic).


E daí? Daí que, talvez meio embriagado, talvez apenas com frio, talvez com sono demais, eu me peguei pensando no passado. Em uma frase em particular, dita por mim em dezembro do último ano. “Uma hora ou outra, a gente vai se separar. Somos amigos, mas somos muito diferentes. Até o fim do ano que vem não vamos mais estar saindo todos juntos”. Bom, na época quase fui linchado. Compreensível até então.


Bom, naquele momento comecei a analisar meus amigos. Podia ver pela expressão deles, que não estavam fazendo o que realmente gostariam de estar fazendo. Pude comparar com os rostos deles em minhas lembranças. O riso, antes tão espontâneo e sem motivo, ainda se manifestava com alguma piadinha infame minha, ou alguma critica com as “deficiências mentais/ sociais” do Rafiz. Mas era só um instante. Pude ver vários olhares perdidos. Pude ver alguma coisa infeliz dentro de cada um. Um vazio estranho, que antigamente nossa amizade preenchia. Como se apenas aqueles momentos de alegrias superficiais não fossem o bastante. E não eram. Não mais. Eu estava imaginando qual seria a opinião deles, mas essa era a minha. Sei que não sou o único que enxerga nosso distanciamento breve, mas estou certo que sou o único a pensar nisso. Resolvi testá-los. “Acho que nossa amizade logo logo já era. Estamos nos distanciando pra caramba”. Três deles me olharam em silêncio por um segundo. Em seus olhos, desanimo e aceitação. A única resposta sonora foi um abafado “Né...”.


Que se foda. Levantei dando risada, e enfiei uma bicuda no coco. Não era o meu dia que ficar deprimido.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

O Recomeço

A chuva passa. Não importa quão forte ela tenha sido, ela passa. Mesmo que tenha levado consigo algo importante, ela passa. Aí, no horizonte, aparece timidamente o sol. Muitas vezes escondido atrás de algumas nuvens, mas você já pode sentir o calor. E se foi capaz de sorrir na chuva, vai gargalhar no sol.


E é assim que me sinto, e por isso voltei. Se amo escrever, por que me torturaria parando? A chuva passou pra mim também. Meus cabelos ainda estão molhados, e ainda tem água em minhas meias, mas o sol saiu, e ocasionalmente, vai me secar por inteiro.


Essa noite, por pouco, meu avô não morreu nos braços da minha mãe. A lei da vida diz que ele irá antes dela, e ela antes de mim. A vida é extremamente curta. O que são setentas anos, em um mundo que já tem milhões? A vida é curta demais pra viver escondido com medo da chuva.


Descobri que não sou um peixe, e estou mais confiante. Não estou aqui para ser pescado, muito menos para tentar pescar alguém. Tolo quem pensar o contrário. Estou aqui para cumprir meus míseros setenta anos de existência e depois seguir, sabe Deus pra onde. No curto intervalo, entre o momento que eu nasci, até o momento que vou morrer, devo sorrir e chorar, amar e ser amado, sofrer e causar sofrimento. Mesmo que não me agrade, é assim que esse mundo é.


Estou voltando à vida, voltando a respirar como antes. Voltando a ter esperanças, eu diria... Já disse o ditado que “enquanto há vida, há esperança”. Essa chuva não foi o ponto final, tenho certeza disso. Mesmo eu querendo, aquilo não foi o fim. Foi apenas uma vírgula incômoda, que hoje vai me ajudar a escrever melhor a minha história.


Hoje estou alegre, estou me sentindo mais forte e despreocupado. Provavelmente seja o efeito de uma noite bem dormida.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

O fim...

O fim veio, e passou... O ponto final era apenas uma vírgula. Esse post morreu, como morreu a inspiração que usei para escreve-lo.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Pseudônimos - A Carta

“Se escrevo essa carta é por puro capricho, porque sei que nunca vou entregá-la. Apenas o fato dela existir talvez dê ao destino uma ferramenta para fazê-la entender mais facilmente a razão de meus irracionais sentimentos. Talvez a rasgue, talvez queime, mas acho que vou guardar em alguma gaveta, para, quem sabe um dia, ela seja levada pelo vento, e, obstinadamente, caia em suas mãos.
Amo-te. Simples e complexo assim. Não há nada que demonstre de forma tão clara... Mas não digo! Claro que não! Talvez deveria, talvez se disser você caia em meus braços...
Mas não, não cairá. Não... As mãos que seguram a sua... NÃO! Pensar nisso é como se houvesse uma pedra dentro do meu estômago. Ciúmes, o sinal mais sensível e selvagem de que há amor.
Mas não há amor, não pode haver. Ter você é um sonho, e sonhos acabam quando abrimos os olhos. Até meus amigos temo perder, mas perder um sonho é perder parte da alma.
Exaltaria sua beleza, se conseguisse pensar em você sem sentir o coração pesar. Tocar seu rosto e não poder te prender em um abraço é como forçar o coração por um caminho tortuoso e incerto, sabendo que ele não voltará inteiro.
Sua voz, seu sorriso, seu corpo, e a ilusão de ser feliz, de que o mundo ainda tem lugar para viver sorrindo!
Mas não foi seu rosto, nem seu cheiro, tampouco sua voz que me arrebatou.
Se você fosse um pouco mais insensível... Se quando falasse comigo não demonstrasse tanto interesse... Se quando sorria pra mim, não sorrisse tão sincera... Te amei pela sua alma, pelo que vi atrás dos seus olhos.
É bobeira, eu sei, zombe a vontade de mim... Sou jovem, tolo.
Se eu nunca disse que te amava, não é porque esse amor fosse menor que qualquer outro amor que embala os sonhos dos amantes. Nunca disse que te amava, porque sempre soube que nunca lhe faria feliz. Grave essas palavras, pois estas ainda lhe direi, nem que em meu leito de morte, pois rogo aos céus que me levem antes de razão de ainda permanecer aqui. Razão da minha vida, eu diria, se não me parecesse tão fora do meu tempo como todo o resto me parece. O dia que esse mundo deixar de ser sua casa, também deixará de ser a minha.”

Tomas Antônio Ferreira





Bom, aí está o último trecho do “Pseudônimos” que vai existir nesse blog, e quem sabe onde mais... Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência. A perspicaz coincidência dos poetas, é claro, mas ainda assim, coincidência...

Algumas vezes eu acho que esse Tomas escreve de dentro da minha mente. Maluco, eu diria, completamente maluco.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Hamlet - Ato III, Cena I

Minha nova leitura e fonte de inspiração: Hamlet!!

"(...) Pois quem suportaria o escárnio e os golpes do mundo, as injustiças dos mais fortes, os maus-tratos dos tolos, a agonia do amor não retribuído, as leis amorosas, a implicância dos chefes e o desprezo da inépcia contra o mérito paciente, se estivesse em suas mãos obter sossego com um punhal? (...)


Haveria beleza na morte? Haveria beleza na dor e sofrimento? Haveria beleza na loucura??

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Sentimentos... e "Pseudônimos"

Estranho. Parece que o que eu sempre quis foi ser desvendado nas raízes dos meus sentimentos. Talvez por esse motivo eu tenha criado esse blog. Dia desses me disseram que seria tão mais fácil se eu simplesmente dissesse o que eu quero... É, seria. Então devo dizer... Quero apenas ser compreendido na minha loucura! Tolice? Claro! Mas quem se importa?


Porém a vida guarda curiosas surpresas, e como não sou totalmente lúcido, acabei de me surpreender... Ora ora, não é que tem gente que está indo pelo caminho certo? Agora eu me pergunto o porquê desse interesse!


De qualquer forma, não quero ficar pensando nisso, não agora... Talvez devesse simplesmente não pensar e dar a cara à tapa um pouco. Mas... Sei lá, acho que deixaria de ser eu... Deixaria de ser um o Mané!


Bom, mais um pedaço do “Pseudônimos”:


“(...) Não era medo, mas mesmo que fosse não confessaria pra si mesmo. O vento gelado lhe cortava o rosto, mas não se importava, havia algo dentro dele que machucava mais que o vento. Mas não queria pensar naquilo, afinal, tinha em mente nunca mais dar valor a esses sentimentos. E pensou que talvez um pouco de ar gelado faria bem. Tolice, não adiantava pra onde fosse, seus pensamentos iam com ele. Parou sob uma árvore alta, em frente a uma das várias casas iguais aquela que estavam na completa escuridão. A lua estava coberta, e exceto por alguns postes que ainda tinham lâmpada, a escuridão era total. Sentou-se e fechou os olhos. Pensou ouvir alguém chamando seu nome e levantou-se sobressaltado. Olhou em volta, e lhe pareceu que alguém acabara de virar a rua e sumir de vista a uns três quarteirões dele. Correu. Ao dobrar a mesma esquina se lançou de joelhos e segurou a cabeça com as duas mãos, gritando. Tentou desesperadamente se agarrar a qualquer lembrança, qualquer uma, mas apenas um rosto vinha em sua mente. Sorria e chamava seu nome. Tudo girava, e ele sentiu que o frio finalmente rasgara sua pele e consumia sua carne. Ouviu passos ao seu lado. A muito custo abriu os olhos e a viu, nua, abraçada com alguém que não pôde ver quem era, porque seus olhos se fecharam se novo. Ouviu risos a sua volta, e mesmo de olhos fechados sentia uma luz forte se aproximando de seu rosto. Vomitou. Tentou gritar, mas engasgou-se. Sua cabeça fervia por dentro, e sentiu o ouvido sangrar. De repente tudo acalmou, o frio, os risos, as luzes, a dor. Teria desmaiado? Talvez... Ou talvez, e esperava ansiosamente por isso, teria morrido...”



Tomas Antônio Ferreira

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Pseudônimos - Epílogo

“Às vezes eu só queria poder... Chorar. Sem me sentir mal, ou menos homem por isso. Às vezes queria apenas amar sem medo. Queria dizer “te amo” e correr sem esperar resposta. Mas não posso machucar ninguém de novo. Não posso me machucar de novo.

Mas é assim que entendo a vida, e é assim que a vida me entende, e esse gélido vazio no peito só me abandonará quando os vermes comerem meu coração! E esse momento está próximo, eu sinto, e almejo com toda minha alma.”


Tomas Antônio Ferreira


Está aí, mais um trecho do "Pseudônimos".


=)

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Pseudônimos - Futuro, passado...

“Fazia frio, mas quem se importava? A lua estava linda, e embora não fosse possível vê-la sobre sua cabeça, sentia-a no seu coração! Era um abraço eterno, embora soubesse que acabaria em um segundo. Tentou memorizar cada pedaço do corpo dela que suas mãos carinhosamente tocavam. Sentia sua respiração em seu peito, sentia seu hálito e o cheiro do seu corpo. Sentia em seu estômago a fera adormecida rugir. Enquanto caminhava seu pensamento sobre o futuro que os aguardava, ouvia algo em sua mente que dizia que não passaria dessa noite! Isso lhe devorava, não queria deixar-la ir, abraçava-a mais forte, como se fosse perder para sempre aquele abraço...

Suspirou e fechou os olhos. Quando tornou a abri-los ela o fitava com seus grandes olhos e um sorriso maroto no rosto. Sentiu o rosto e o peito queimar, e tentou não pensar no futuro, apenas aquele momento existiria para sempre, nem que fosse em seus sonhos. Tocou lhe o rosto com os dedos gelados, puxou-a para sim o mais que pôde sem machucá-la, e a beijou. Lentamente, apaixonadamente... O passado tornou-se lembranças; o futuro, apenas esperança. O momento era a única coisa que existia, e enquanto estivessem ali, com seus corpos e seus lábios unidos, nada poderia afetá-los. Por fim, ele entendeu... Entendeu a razão de seu fracasso passado, entendeu o que ela havia tentado explicar. Mas isso não importava, não agora (...).”



Tomas Antônio Ferreira



Esse é um trecho do segundo capítulo do livro "Pseudônimos" desse jovem autor.

É meio imprevisível, embora siga a linha romance/drama... É um bom livro, um bom livro!


Ocasionalmente vou postar alguns trechos aqui, dependendo do meu estado de espiríto!


Bom... É isso...


=)

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Sonhos, pesadelos...

Fazia tempo que eu não aparecia por aqui, e sejamos sinceros, grandes coisa!

Bom, pra eu aparecer aqui numa plena quarta-feira, é porque alguma coisa me tirou a paz. E hoje eu diria que acordei triste, porém triste não é uma palavra expressiva o suficiente, e pode causar mal entendido.


Acordei sentindo um rancor terrível como se meu coração derretesse, uma falta de esperança como se tivesse uma serpente fria e pesada no meu estomago, e sentindo como se qualquer pessoa no mundo pudesse ser feliz, menos eu. Estou começando a achar que dormi abraçado a um dementador (hic).


Acho que devo isso a um sonho que tive. O que aconteceu não vou dizer, tampouco com quem foi, só digo que acho incrível a habilidade dessa infeliz aparecer bem na hora que consigo esquece-la, seja em um recado no orkut, um encontro no meio da rua, um recado através de algum amigo, ou, mais terrivelmente, nos meus sonhos.


Tempos atrás comentei isso com um amigo de cabeça grande e similar sabedoria, e ele, rindo debochado, me disse que era amor.


Ora, ora, amor o cacete! Quase lhe arranco a cabeça! Essa palavra já não faz sentido algum pra mim, amar não é prático, e nem trás boas lembranças. Errei demais tentando amar, e mais ainda tentando não amar. Não nego que já fui amado, mas pra variar, me portei como um idiota. Tive medo, poxa.


Mas isso não interessa de fato, o que realmente interessa é...


É...


É...


O que interessa mesmo? Sabe-se lá, e acho que não me importo. Vou deixando a vida me levar, levanto quando preciso, encolho quando preciso, e tento me privar de emoções desnecessárias. Não é um jeito muito bonito de se viver, mas não deixa de ser um jeito.

....

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Solitário Fim de Semana dos Namorados... Again!!

Não consigo mais fugir disso aqui...

Fim de semana foi:


( ) Ótimo


( ) Bom


( ) Regular


( ) Ruim


( ) Péssimo


(X) Dor de barriga Frio em show de Pagode (hic)



Pois é, pois é, me matem lentamente e com muita dor... Eu confesso, o viado do Rafiz me obrigou a ir fui no Pixote!


Eu sei, eu sei... O que teve de idiota lá, que me apontavam e gritavam: PAGODEIIIRO!!! PAGODEIIRO!! – não era brincadeira.


E pra piorar, estava frio, e agora eu to todo ranhento, com o nariz entupido e dor de garganta...


Porém... Fim de semana prolongado! \o/


Folguinha na quinta e no sábado, e uma sexta-feira no meio só pra atrapalhar...


E agora, quando fui pensar no que eu fiz pra escrever aqui me dei conta que... NÃO FIZ NADA! Fiquei com a perna pro ar o tempo todo... A única hora que saí de casa foi pra ir ao show dos carinhas-que-não-devem-ser-nomeados. Haa, fui no cine também, pra ver Anjos e Demônios... O traidor é o cara que fica no lugar do papa, fikdikoca esperta, agora pode economizar cinco dinheiros.


Bom, já que passei o fim de semana todo vendo anime, a única coisa que tenho pra falar é do show mesmo... Mas foi como todos os outros, e note que minha flor no MSN continua murcha... Então não tem nada pra falar... Exceto, é claro, ver o Rafiz tocando “mó tocão”! (risos)


Haa, e a Lívia foi lá em casa, hora com o Dog, hora com o Rafiz, pra surrupiar meus episódios do Bleach... A gente brincou com o edredom e com as almofadas, da maneira menos pervertida possível!


Bom... Não passou disso... Agora é segundona, o trabalho acumulou-se nas minhas gavetas e é bom eu voltar para eles!


Haa, em tempo: Deem uma olhada no blog que to participando agora... Clique aqui. Tem só uma postagem minha, mas logo logo dominarei o blog, e no futuro, O MUNDO!! Mwauhwauhwauhw...


Parei... =/

terça-feira, 9 de junho de 2009

Post Minúsculo... =/

É engraçado como é fácil pra algumas pessoas esvaziar a felicidade alheia... Talvez eu seja sensível demais, mas acho incrível o que um comentário mal feito, uma palavra dita em hora errada, ou até mesmo a sensação que tem gente que se faz de cego, pode chatear e magoar.


Como eu disse no post de baixo, ontem eu estava feliz pra caramba... Hoje, não mais.


Culpo alguém? Talvez devesse, mas não é o caso. Culpo a mim mesmo, por imaginar que o impossível pode acontecer.


Jovem tolo...



=/

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Fim de Semana... Again!

É, o que eu vou dizer agora não vai ser visto muitas vezes aqui:

Eu to feliz!

Por que?

Haaa... Esse fim de semana foi bem legal! Veja só:

( ) Ótimo

(X) Bom

( ) Regular

( ) Ruim

( ) Péssimo

( ) Dor de barriga em show de Pagode (hic)


¬¬


Pra ótimo faltou apenas alguns detalhes, e como todo mundo sabe, a felicidade é feita de detalhes.


Sexta:

Trabalhei o dia todo, como toooooda sexta. Mas na hora do almoço o Rafiz a e Lívia apareceram na rádio, e me levaram, meio a contra gosto pra alugar uma fantasia para a festa que aconteceria mais à noite...


Olhei, olhei, olhei, e não achava nenhuma fantasia decente. Aí vi um colete “S.W.A.T.”... - Haaaa, vou experimentar... – Experimentei, até ficou legal... Aí veio o tiozim da loja, disse que tinha mais uma parte e veio com um cinturão com um revolver.


Bom, sessenta reais, e eu levei.


A festa foi bem bacaninha, com direito a Dog de maquiagem, fantasiado de vampiro baitola e Rafiz sendo confundido com o mosqueteiro do Corinthians.


Sábado:


Quesito noitada, foi zero. A noite eu só dormi... Bom mesmo foi no trampo, recebi meu tão merecido aumento...


Domingo:


Dormi, comi, joguei, assisti filme e animes... E só!


Segunda (mesmo não sendo fim de semana):


Precisava de 9,3 pra passar em Estatística na facul sem pegar a infiel DP. Era quase impossível, mas... TIREI 10... Quase que eu pulo em cima do povo aqui no escritório...


Como se não bastasse, fui na Junta Militar, onde tinha que me apresentar hoje, e JÁ fui dispensado do Serviço Militar... Sem ter que ficar pelado com um monte de homem nem nada...


\o/



Bom... Foi isso!


Como se alguém ainda se impor...

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Crianças, crianças...

Eu tinha decidido que não ia mais escrever aqui, afinal, são simples palavras jogadas ao acaso. E o que o acaso tem de prático? Nada! Ver a vida com olhos românticos é ver a vida com alma de criança. A riqueza da criança é o amor. A riqueza do adulto, dinheiro.

 

Mas que me importa isso? Depende...

 

Depende se você for criança... Uma criança adoraria discutir horas sobre o que é amor. Sorriria quando você dissesse que a ama. Ficaria triste se dissesse que nunca foi capaz. Tente dizer a uma criança que amar é tolice!

 

E fale de amor com um adulto... Adultos não lembram o que é amor. Não encontram amor nas estatísticas. Confunde com sexo, e suspiram, mas não um suspiro apaixonado. Diga de repente a um adulto que o ama... Provavelmente verá um risinho de deboche em seu rosto, e percebera que seu coração brilhará fraquinho querendo amar. O coração sempre quer amar... Mas o adulto... haaaa, o adulto... Esse lhe mandará logo arrumar um emprego.

 

É pensamento universal que o que separa a criança do adulto é a idade. Não, não estou falando do humano grande, nem do filhote de humano. Ser criança é ser todo alma e coração. Ser adulto é deixar de ver o mundo em cores, e só enxergar em preto e branco. Tons de cinza... E ocasionalmente, vermelho sangue...

 

Eu não sou mais um filhote. Isso não quer dizer que meu mundo esteja cinza. Às vezes, e mais frequentemente agora, ele perde o brilho. Mas pra isso tenho o remédio ideal:

 

“O Pequeno Príncipe”!

 

Se a revolta de criança, que todos que me conhecem sabem que tenho, dá lugar ao desânimo e a tristeza, típico dos adultos, basta que eu leia esse livro, e em meio a raposas, acendedores de lampiões, flores e vulcões, a cor retorna e meu mundo entra em foco.

 

Há um tempo, eu não sabia se já era hora de crescer... Nunca é hora de crescer. Aos 9 anos prometi pra mim mesmo que nunca ia esquecer o que era ser criança. Eu me disse (?) que se eu estivesse esquecendo, era só olhar a pessoa mais criança que estivesse comigo, ela me ensinaria quem eu era.

 

E ensina.


Agora chega, já deu por hoje... É hora de aproveitar ser criança...

 

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Weekend Fail... ¬¬

Pois é, hoje é dia de postar aqui... Dia de desabafar um pouco, já que o fim de semana foi uma titica deprimente!

 

(   ) Ótimo

(   ) Bom

(   ) Regular

(X) Ruim

(   ) Péssimo

(   ) Dor de barriga em show de Pagode (hic)

 

Vou tentar descrever aqui, sem parecer um pamonha, nem sentir pena de mim mesmo...

 

Quinta-feira...

 

Saí de trabalho, e até que tava felizinho... Na quarta eu tinha encontrado na net um filme que eu queria assistir de novo faz um tempão... Um romance, oras...

A primeira vez que assisti, a mais ou menos 1 ano e meio atrás, pra variar, estava meio apaixonado, e não foi legal... Filme lindo, emocionante... Ele amava, mas não dizia... Ela não era capaz de amar, mas amava... Ele era inocente... Ela sacaneava o coitado!

Na época, pra quem eu perguntava, ninguém tinha assistido, só a Kamila, que faz trocentos anos que não vejo.

Enfim, “Grandes Esperanças”!

Na quinta assisti de novo... E embora eu lembrasse de tudo, o filme não me pareceu o mesmo... Parecia besta e sem graça! Frio, tolo... Não me emocionei, e isso me intrigou...

 

Sexta-feira...

 

Nada de mais, trabalhei, fui na facul, era dia do Profissional de Marketing, tinha coxinha e coca-cola. Voltei pra casa e dormi.

 

Sábado...

 

Haaa, sábado... Splendor na Baden, aí grandes expectativas... Camarote... \o/

 

QUE LIXO!!! Eu não sirvo mais pra boate... Bebi que nem um gambá, e não servi nem pra ficar bêbado... Desde domingo, parei de beber... Exceto uma cervejinha ocasional, não bebo mais. Cada vez que eu ficar bêbado, vou doar 100 reais pra uma instituição de caridade!

Booom... Baden! No meio da festa fiquei emotivo e acabou a noite pra mim... Caraleo, sou um homem das cavernas, pqqpqpqp!! Acho que sou o único adolescente desse lado do Atlântico que não faz questão de ficar se agarrando com pessoas desconhecidas. Não que não goste, só não tenho a necessidade de ficar correndo atrás que nem doido. E não, não sou gay, cacete... Antes que algum cu largo FDPFDPDFPD saia por aí dizendo isso! Sou romântico poxa, não nasci pra ser vendido em varejo!

 

Voltei pra casa as 03:30 da madruga...

 

Domingo...

 

Passei o dia todo jogando... Nada além disso pra fazer, e se tivesse, queria mais é que se ferrasse... À tarde Thiago foi lá em casa, jogamos um pouco, e antes dele ir embora mostrei uns pedaços do “Grandes Esperanças” (filme, ok?) pra ele...

Ele foi embora e eu fiquei assistindo de novo, as partes mais legais... Daí me emocionei... Pqp, num dia acho o filme sem graça, no outro, eu enxergo de novo o que tinha visto da primeira vez!

 

Por que??

 

Será que alguma coisa me abalou de quinta pra sábado? Será que sou tão estável assim?

Será que tenho dado importância pras coisas erradas? Se eu pudesse anular alguns erros... Infelizmente, agora acho que não posso voltar atrás...

 

Mas a vida continua... Pelo menos a minha...

 

 

 

 

PS: Na Baden tinha uma infiliz fazendo peitinho em mim de 15 em 15 minutos... Quase sai morte” ¬¬

 

PS²: O Rafiz eh fodiz!!

 

PS³: Mas que se phoda...